As velhas também

Autores

  • Alda Britto da Motta Autor

Resumo

Malgré l'hétérogénéité qui informe la catégorie sociale, et analytique, femme, lorsquon parle des femmes ce sont toujours les jeunes qui nous viennent à l'esprit. Celles qui exercent les rôles les plus dynamiques ou couramment exercés dans la société – soit les rôles traditionnels propres à la famille nucléaire idéalisée, soit des rôles professionnels contemporains, dans de nouvelles fonctions sur le marché du travail et de la politique. C'est à elles que s'adressent les politiques sociales de base: l'accès à l'éducation; les soins médicaux, dont les campagnes sont toujours tournées vers les femmes d'âge reproductif; la toute nouvelle attention accordée au problème de la violence contre les femmes, perçue par l´académie comme n´étant qu´une question de genre. Il faut alors rappeler que les vieilles existent aussi et qu´elles ne sont ni «un problème social» ni de petites grand-mères acariâtres ou gentilles, mais qu´elles se montrent plus libres, saines, sexuées et créatives que les femmes de cette même génération à des époques antérieures. Mots-clés femmes, vieilles, genre, génération, politiques sociales. Apesar da clara heterogeneidade que informa a categoria social, também analítica, mulher, quando se fala nas mulheres sempre vêm ao pensamento as de idades mais jovens ou medianas. São as que figuram exercer os papéis mais dinâmicos, ou mais esperados socialmente – sejam os profissionais contemporâneos, em novos postos no mercado de trabalho, sejam os familiares de sempre, que compõem a ainda idealizada família nuclear. Para elas são pensadas as políticas sociais mais básicas: os acessos às práticas educacionais, as idades/limites de ingresso no mundo do trabalho; a atenção em saúde, com as campanhas governamentais sempre voltadas para as faixas de idade reprodutiva; a atenção ao cada vez mais visibilizado problema da violência contra a mulher, igualmente voltado para as mais jovens, além de analisado como apenas questão das relações de gênero, na ordem patriarcal. Mas as velhas também existem, e se destacam hoje, mais além da imagem tradicional de ranzinzas ou de doces avozinhas, como mais dinâmicas, saudáveis, livres, sexuadas e criativas do que as de sua geração em épocas anteriores. Essa própria categoria, mulher idosa, é heterogênea, multifacetada, plural. Recorde-se as diferentes idosas que se vê na rua: pobres, ricas e «remediadas»; brancas, pretas e pardas; mais velhas, menos velhas, «conservadas»; bem femininas, ou, até, «parecendo homens»; sérias e «ridículas». Que têm em comum que as identifique como o objeto de nossa análise? É, sobretudo, serem de um determinado sexo/gênero e de um certo grupo de idade ou geração; caracteres de ordem biossocial rigorosamente fundantes da sociabilidade dos seres humanos – isto é, os que estão na base de todas as relações e situações sociais – e propiciam, portanto, a condição e o sentido investido nas várias etapas de cada percurso existencial. Sendo assim, vivenciaram relações sociais que se entreteceram, no tempo, como relações de poder – dominação & subordinação, com alianças momentâneas – que têm determinado, ao longo da História, diferentes experiências e trajetórias de mulheres e de homens, de jovens e de velhos. Como analisei em trabalho anterior (Britto da Motta, 1997, p. 27), para a mulher a prescrição tradicional foi: domesticidade e repressão social e sexual, desestímulo ou dificuldade de acesso e permanência no mercado de trabalho, desigualdade de formação e de condições de trabalho em relação às dos homens, negação aparente de interesse e capacidade para a política e uma apropriação social do seu corpo expressa no controle familiar e na medicalização das funções reprodutivas. Em

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Publicado

2011-06-01

Edição

Secção

Dossier: Habitat

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